quinta-feira, setembro 23, 2010

Mabon


Mabon - Equinócio de Outono
(21 de Setembro - Hemisfério Norte) e (21 de Março - Hemisfério Sul)
Acabamos de alcançar Mabon, onde celebramos a festa da segunda colheita. Como equinócio de outono, nos trás a energia da escuridão dos dias mais frios. O tempo está mudando, a aparência da natureza está mudando, assim como tudo aquilo o que ela gera. É um momento de preparação e de resguardo. Assim como o deus Dstá declinando e os dias ficam cada vez mais curtos enquanto as noites ficam mais longas, a natureza começa a adormecer para logo alcançar seu sono profundo com a chegada do inverno.
As folhas logo começam a secar e desprender das árvores, as plantações também começam a ficar mais escassas. A tristeza do marrom se instala por todas as partes enquanto o vento frio sopra suavemente.
O Deus está morrendo, está chegando a hora da despedida. A Deusa tem essa certeza e sua tristeza é sentida por todos os lados. E, embora esteja desgostosa, ela sabe que as mudanças são necessárias e que o fim nada mais é do que um recomeço. Sabe que o Deus logo renascerá, que estará lá quietinho como uma semente em seu ventre, para logo retornar como jovem novamente, para recomeçar todo o ciclo...
Mas não devemos nos entristecer, e sim comemorar. É época de agradecimentos e nossa celebração é a origem do que se conhece hoje (mesmo que não seja tradição no Brasil) como ação de graças. Isto porque, quando se fala em ação de graças, já logo nos vem á mente as pessoas reunidas com aquela fartura de alimentos.
Isto é exatamente o que Mabon representa para nós. É hora de comemorar e agradecer, de todo o coração, por todo aquele alimento que nos foram entregues pelos Deuses e na qual podemos desfrutar.
Assim como agradecer, em todos os aspectos de nossas vidas, por tudo o que nos foi oferecido durante o ano, as alegrias, ganhos, sucessos, experiências, e claro, agradecer também pelas coisas que aparentemente não foram tão boas, pois tudo tem um motivo e aquelas coisas que não deram certo, com certeza nos trouxeram lições e aprendizados que nos auxiliam em nossa evolução pessoal.
E como a época fala da chegada dos tempos difíceis, a energia do Sabbath está relacionada à idéia de economia. Economia no sentido de armazenar, de preservar. Para as pessoas dos campos e das colheitas é hora de reunir o máximo possível de grãos e alimentos que a terra nos fornece e fazer uma reserva para o duro inverno. Comemorar com um altar farto, toda aquela riqueza e esbanjar alegrias por todos os frutos adquiridos, faz parte sim, porque é nossa forma de agradecer e usufruir daquilo tudo, mas sempre temos de ter consciência de que se deve prezar pelos ganhos.
E, trazendo isto para nossa realidade, devemos aproveitar a energia do período para realmente agradecer, nos entregar em completa conexão com o divino estando abertos e felizes para tudo aquilo o que o universo nos oferece.

Aproveitar para fazer algumas reflexões e preservar certas coisas, pois se estamos em um momento maravilhoso em nossas vidas não podemos achar que tudo dura para sempre, devemos aproveitar a calmaria para nos resguardar do que pode vir no futuro. Se o momento não é tão bom assim é aí que a reflexão deve ser ainda mais intensa, para podermos entender a profundidade de cada momento em que passamos e o que realmente podemos tirar de positivo deles e, porque não dizer, fazer reservas a nível financeiro, além do emocional é claro...
Enfim, vamos aproveitar o momento e realizar uma linda festa com muita responsabilidade e expectativas de crescimento. Enfeitar nosso altar com muitos grãos, folhas secas, milho, galhos e tudo o que forem símbolos que representem o outono e a entrada de uma nova estação. Fazer uma cornucópia se possível, é uma ótima idéia para representar toda a fertilidade que o Deus proporcionou e entregou além de expressar nossa profunda admiração por ele. É uma boa já começarmos a fazer uma limpeza física e energética em nossos lares assim como em nossas mentes, que será uma preparação para o ano novo, para que possamos iniciar um novo período com uma energia renovada, e aproveitar para fazer doações à pessoas necessitadas de roupas e objetos que já não queremos mais...
¹ Cornucópia: uma espécie de sexta em forma de cone preenchida com pequenas frutinhas, grãos e coisas da terra, em reverência ao Deus, como sendo um símbolo fálico manifestando sua fertilidade.
Que sejam todos abençoados, e que assim seja.
Freya.

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